sábado, 1 de dezembro de 2012

Crítica – Mortal Kombat 9

Cristiano Almeida

Idealizada pela dupla Ed Boon e John Tobias, a franquia Mortal Kombat sempre foi caracterizada pela premissa extremamente violenta. Sucesso na década de 90, a série chegou ao nono jogo, retornando ao 2-D tradicional e utilizando renderização em 3D. Além disso, o título estreou com 26 personagens no total, conteúdo para download (que inclui personagens como Rain, Skarlet e até Freddy Krueger), novos fatalities, sistema de combos e golpes.  

A trama do game emprega a viagem no tempo para justificar o enredo. Assim, o deus do trovão Raiden avisa a sua versão do passado sobre o desfecho dos torneios Mortal Kombat. Com isso, ele parte para solucionar o problema e ainda salvar o Planeta Terra. A opção narrativa permite que o jogo retorne aos três primeiros episódios e traga de volta os lutadores da trilogia original. Alheio a isso, quem jogar a versão de PlayStation 3 tem a possibilidade de controlar Kratos, protagonista da série God of War. Enfim, nada melhor que a brutalidade do espartano encontrando a violência dos guerreiros de Outworld.

A parte gráfica é extremamente eficiente na apresentação dos lutadores. O emprego da tecnologia Unreal Engine proporciona vários detalhes nas roupas e, principalmente, no corpo dos combatentes, que, à medida que são golpeados, têm suas peles rasgadas, exibindo hematomas. Com relação aos cenários, a técnica também consegue agradar, usando elementos animados, efeitos de luz e detalhes que tornam o game visualmente fantástico.

Contudo, somente o visual não seria suficiente para sustentar o jogo. É aí que entra uma das principais inovações, o ataque Raio-X. Nele, uma barra de energia na parte inferior da tela vai enchendo, quando está completa possibilita a aplicação de uma série de golpes, que mostram o esqueleto do adversário sendo rachado no impacto ou um órgão atingido pela sequência. Tudo isso, de maneira fácil de executar, sem uma mirabolante combinação de botões. Cada lutador tem um ataque diferente, assim como a maneira de executá-lo, ou seja, alguns são acionados quando atacam, outros quando defendem.

Nos modos de jogo, o título tem o estilo Arcade e também o História. Essa é uma opção bem bacana, pois permite o controle de um lutador por capítulo do enredo. Assim, são explicados por meio de cenas de animação os eventos que ocorrem entre Mortal Kombat 1 e 3. O modo também possibilita o destravamento de personagens secretos, como o Cyber Sub-Zero (a versão robótica do guerreiro do gelo). Para completar o modo offline, há o combate entre duplas, caracterizado pela alternância entre lutadores e a realização de combos em parceria, algo semelhante ao jogo Marvel vs. Capcom.

Já no modo online ocorrem partidas normais ou duelos valendo posição no ranking, com a possibilidade de se jogar sozinho ou em dupla. Na versão King of the Hill, vários jogadores podem fazer fila e assistir aos duelos enquanto aguardam a própria vez. Igualmente ao modo fechado, essa opção admite jogar a partida com um amigo.

Além dos diferentes modos, o game traz muito conteúdo extra, que inclui roupas, fatalities adicionais, músicas, artes conceituais e até o Dan "Toasty" Forden, aquele sujeito que aparece do nada no cantinho da tela e grita “Toastyyy”. Seguindo, há quatros minigames que tem como premissa o teste das habilidades:

  • Test Your Might – aqui o lutador deve acumular o máximo de força para quebrar objetos;
  • Test Your Strike – teste de precisão;
  • Test Your Sight – aqui o objetivo é achar o item escondido;
  • Test Your Luck - um confronto cheio de condições imprevistas que pode reduzir sua força, aumentar a defesa, virar a tela de ponta cabeça, apagar as luzes da fase ou arrancar as cabeças do lutadores.

O título ainda tem a Challenge Tower, opção que entrega centenas de pequenos desafios a serem vencidos. As moedas conquistadas neles permitem a compra de conteúdo extra e novos minigames do tipo detalhado acima.

Mortal Kombat 9 entra na galeria dos jogos essenciais para os fãs dos games de luta. A decisão de retornar ao modelo original foi acertada, e a inclusão de tantas possibilidades - como o ataque Raio-X e os novos personagens - só fizeram desse nono título uma versão singular de uma franquia já diferenciada.

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