sábado, 13 de julho de 2013

Crítica - O Homem de Aço

Cristiano Almeida

Depois da bem-sucedida trilogia do Batman pelas mãos de Christopher Nolan, chegou a hora de outro ícone da DC Comics retornar às telas de cinema. Em O Homem de Aço (Man of Steel), Superman é o responsável por salvar o mundo e estabelecer o início do aguardado Universo DC nas telonas.

O filme inicia com uma exploração muito diferente e melhor de tudo que já foi visto sobre o planeta Krypton. A Direção de Arte e o Figurino fazem um trabalho excelente, apresentando muitas características da avançada civilização, tanto em questões intelectuais quanto militares. Com essa abordagem, não é difícil visualizar a presença de Brainiac como um possível antagonista.

Após o já conhecido acontecimento com o planeta, o longa segue em uma narrativa não-linear, alternando entre o passado e o presente, com Clark buscando seu lugar no mundo. Essa opção de montagem torna o filme mais interessante, pois interliga pontos do presente com lembranças da juventude. Os flashbacks servem também para fazer referência ao seriado Smallville e dar espaço ao talento de Kevin Costner e Diane Lane, que têm pouco tempo de tela, mas convencem como Jonathan e Martha Kent.

O roteiro de David Goyer tem a influência do realismo empregado por Nolan, mas não na mesma proporção. Kal-El é um alienígena e é tratado como tal durante toda a projeção. A realidade está em como a humanidade reagiria se nos deparássemos com um ser de outro planeta. Desse modo, a desconfiança, a curiosidade, a presença militar e científica se fazem presentes como na vida real.

Para interpretar o herói foi convocado o ator Henry Cavill, visto recentemente no longa Imortais encarnando o guerreiro Theseus. Cavill não era muito conhecido do grande público e surgiram dúvidas de como ele se sairia na pele de Kal-El. A verdade é que o ator convence em todos os momentos, demonstrando os conflitos de Clark Kent e a força de Superman durante a tentativa de proteger a Terra da invasão dos renegados kryptonianos.

O elenco de apoio tem em Russel Crowe mais que apenas um cientista, pois seu Jor-El é um homem que faz de tudo para proteger o filho, mesmo que para isso precise entrar em confrontos físicos. Michael Shannon entrega um General Zod à altura do Homem de Aço. Ele é um militar preso às tradições de seu planeta natal e, sem escolha, faz de tudo para cumprir seu objetivo. A presença dele, aliás, foi muito acertada, pois, neste primeiro filme, temos a resolução de pendências kryptonianas e com isso um certo vilão toma conhecimento da existência do alien, indicando uma futura participação.

O comando do longa é de Zack Snyder, diretor experiente em adaptações de quadrinhos, vide 300 e Watchmen. Tais adaptações foram bem aceitas, em grande parte, devido à fidelidade que o diretor manteve em relação ao conteúdo original. Mas como seria filmar um roteiro com novas ideias e elementos de HQ? A resposta é que Snyder remodela o herói, apresentando o personagem que completa 75 anos de existência para o mundo atual.

Com o auxílio de ótimos recursos técnicos, o diretor não economiza nas cenas de luta. As batalhas do herói contra Zod e seus comandados são sensacionais, pois trazem o poder do Homem de Aço dos quadrinhos. A trilha sonora de Hans Zimmer é tão impactante quanto os socos de Superman, com a experiência ainda melhor em IMAX. Contudo, o 3D não representa uma diferença considerável e, sendo assim, o longa pode ser visto em opção 2D sem trazer qualquer prejuízo.

A falha no filme é provocada pela presença de Lois Lane, não por conta da carismática Amy Adams, que faz o que a personagem exige, mas devido ao rumo e importância que prematuramente o roteiro lhe destina. Assim, os próximos enredos terão que compensar esse deslize de outras formas.

Com citações de quadrinhos, filmes e easter eggs, O Homem de Aço é uma grande produção, apesar do deslize citado acima. Para quem reclamou que faltou porrada em Superman  - O Retorno, sairá satisfeito do cinema. Esperamos que, com o sucesso desse longa, o estúdio mantenha o interesse em novas produções de heróis da DC Comics . Afinal, o compromisso que Superman assumiu antes da produção foi cumprido como só o primeiro herói de todos os tempos poderia fazer.





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